Carros elétricos valem a pena para motoristas de aplicativo?

Carros elétricos valem a pena para motoristas de aplicativo?

No Brasil, os carros elétricos ainda não são populares, mas a frota mundial vem crescendo em ritmo acelerado. Segundo o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia, eles devem ultrapassar 3,8 milhões de unidades até o fim deste ano e atingir 125 milhões em 2030.

Sendo assim, aplicativos como a Uber e 99 vem incentivando cada vez mais o uso dos elétricos por seus motoristas. A 99, por exemplo, anunciou parcerias com o Banco BV e a Movida – que concedem crédito direcionado e aluguel por até metade do preço. Já a Uber anunciou a inclusão de 200 veículos elétricos para o aluguel de motoristas parceiros da plataforma em São Paulo. 

Pensando nessa nova tendência, fizemos a listagem de alguns prós e contras dos carros elétricos. Será que esses modelos são uma boa opção para os motoristas de aplicativo? Confira:

Os prós do carro elétrico

  1. Segurança

A ausência de combustível no veículo por si só é um ganho em segurança — embora os tanques modernos sejam bastante seguros. Mas, nessa questão, talvez o maior ganho para motoristas e passageiros esteja na estabilidade do veículo. Com um motor muito menor que o de combustão, modelos elétricos costumam manter esse sistema todo abaixo do assoalho do carro, diretamente conectado às rodas. Com um centro de gravidade mais centralizado e próximo ao chão, tais veículos dão total controle e dirigibilidade para quem está no volante.

  1. Mais eficiente 

Os motores a combustão exigem certo nível de rotação para atingir sua força máxima (torque). Isso tem impacto sobretudo no arranque e na retomada de velocidade – e exige a presença de uma caixa de câmbio. Já os motores elétricos praticamente alcançam o torque máximo logo que se pisa no pedal do acelerador. A diferença em desempenho nem se compara: um modelo elétrico tem 95% de eficiência enquanto o motor a combustão tem somente 35%.

  1. Manutenção 

Uma pesquisa feita em 2019 pelo Instituto de Transporte de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que a operação dos veículos elétricos custa menos da metade do que os movidos a gasolina – e a conta não inclui gastos com manutenção, que também são menores, porque eles possuem menos partes móveis, não têm escapamento, exigem menos resfriamento e dispensam óleo, correias, filtros, velas de ignição e outras peças que geram despesas nos veículos a combustão.

  1. Custo por km 

Em geral, a eletricidade é barata nas grandes cidades, bem mais que os combustíveis. Em função da maior eficiência, estima-se que o custo por quilômetro para alimentar um elétrico é um terço do que se gasta com um carro a gasolina. No lançamento do i3 no Brasil, a BMW divulgou que o custo por quilômetro rodado é quase 50% inferior ao de seus modelos a combustão. E que ele seria 20% mais barato de manter e 15% mais barato para consertar, dada a simplicidade da sua mecânica.

Os contras do carro elétrico

  1. Maior complexidade nos reparos 

Os veículos elétricos não trarão consertos fáceis para seus proprietários, exceto pneus furados e lâmpadas queimadas. Enquanto o carro elétrico for exceção, dificilmente seu dono conseguirá evitar os reparos na rede autorizada, o que limita muito as possibilidades de encontrar consertos mais rápidos e baratos. As montadoras afirmam que os carros elétricos têm menor probabilidade de apresentar defeitos. Só o tempo dirá se é verdade. Em todo caso, as garantias costumam ser grandes para esses modelos.

  1. Dificuldade na revenda

A evolução técnica desses carros (e das baterias) está muito veloz, comparável à de celulares, tablets e computadores. A obsolescência força as montadoras a promover fortes incentivos para que os donos de carros desse tipo troquem por outros modelos similares, sem perder tanto dinheiro. Em geral, a garantia da bateria é maior que a do carro. A maioria oferece oito anos, alguns ficam em cinco. Mas a vida útil delas é superior à garantia, gira em torno de dez anos. Na Europa, uma bateria pode custar quase o valor do veículo usado. Ou seja, quem comprar um carro com mais de cinco anos de uso tende a não ter como revender depois. 

  1. Autonomia

A maioria dos carros elétricos não é recomendada para viagens de longa distância. A autonomia dos modelos mais populares do mercado ainda é baixa e o tempo de recarga costuma ser alto. Ou seja, não é possível ir muito longe sem precisar reconectar o carro à tomada. Em média, um carro elétrico consegue rodar entre 200 e 400 quilômetros antes de parar. 

  1. Tempo de recarga 

Outra questão importante é a disponibilidade de tempo para manter o carro abastecido. Ao contrário de combustíveis fósseis, com os quais se enche um tanque em um, dois minutos, carros elétricos podem precisar de horas para uma carga completa, dependendo do modelo e da corrente disponível.

O que você acha?

Considerando os prós e contras, você acha que carros elétricos são uma boa opção para os motoristas de aplicativo? A tendência é que ao longo dos anos o preço fique menos salgado, mas por enquanto, é fora da realidade para a maioria das pessoas. 

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Maria Clara Silveira

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