Conheça mais sobre o processo de blindagem

Conheça mais sobre o processo de blindagem

O processo de blindagem de um carro, além de complexo, também pode ser muito caro. Dados da Molicar, empresa que pesquisa os preços efetivamente praticados no mercado, mostram que o carro blindado mais barato atualmente disponível no mercado nacional é o Ford Ka Sport 1.6. Seu preço original é de 33.500 reais, mas sua versão blindada custa 71.200 reais.

O preço assusta, não é mesmo? Porém, a blindagem é um procedimento muito importante, principalmente para os motoristas de aplicativo, que precisam enfrentar todos os dias os diferentes tipos de perigo presentes nas ruas. Não à toa, o número de proprietários de veículos que buscam a blindagem de carro vem aumentando – em 2021, foram 20.024 veículos que passaram por este processo, segundo a Abrablin. 

Assim como outras decisões de alto impacto financeiro, a blindagem também deve ser estudada com cuidado para que o investimento valha a pena. Veja a seguir o que é preciso saber antes de blindar o seu carro.

Como funciona: 

Quem deseja fazer a blindagem do carro, deve solicitar autorização ao Exército – apenas com este documento em mãos é que será possível que a empresa blindadora possa iniciar o processo.

Documentos necessários: 

  • Cadastro na Região Militar e Certificado de Registro do Exército.
  • Cópia e original do RG. 
  • Cópia e original do CPF.
  • Comprovante de endereço emitido 90 dias, no máximo.
  • Certidão negativa de antecedentes criminais da Justiça Eleitoral, Federal, Estadual e Militar.
  • Emissão da Guia de Recolhimento da União (GRU) e quitação da mesma.

Na blindagem de carro, está incluso o desmonte completo do veículo, com aplicação dos materiais balísticos e remontagem dos componentes e acabamentos. Segundo a legislação, o processo deve ser concluído em até 120 dias (seis meses). No geral, leva-se entre 30 e 45 dias para a conclusão de uma blindagem.

Resumidamente, no processo de blindagem o veículo é desmontado, de modo que apenas a lataria, o motor e o painel são mantidos. Para se ter uma ideia do tamanho da “reforma” que é feita, são retirados itens como capa interna do teto, forro das portas, bancos, vidros e rodas – tudo para que os materiais com resistência balística possam ser instalados. 

Tipos de blindagem: 

Dentre as opções disponíveis para civis, há dois tipos de blindagem – a opaca e a transparente. A opaca destaca-se por fazer a proteção da maior parte do carro, em partes como pilares, carroceria, portas, teto e porta-malas.

Por sua vez, a blindagem transparente é utilizada em vidros, de modo que é feita a troca de vidros comuns pelos vidros de policarbonato, já que eles impedem a passagem de algumas munições.

Valores:

Para mostrar de maneira mais concreta os valores das blindagens, Fábio Rovedo de Mello, diretor da Concept Blindagens, empresa que atua há 10 anos no mercado, divide em três grupos os custos do processo para alguns dos carros mais comumente blindados. Os preços são referentes ao nível de proteção III-A, que é usado por 95% do mercado, segundo a Abrablin.

Blindagem de menor custo: Nesta faixa de preço, alguns carros comumente blindados são as picapes, como a Saveiro Cross e o Fiat Strada, que são buscadas por um público que quer aliar um menor custo a uma proteção mais discreta, diz o diretor da Concept. O valor para esses modelos gira em torno de 40.000 a 41.000 reais.

Blindagem de custo médio: Em um valor considerado médio para a blindagem se encaixam os sedãs médios, como o Honda Civic, o Toyota Corolla e o Volkswagen Jetta. A proteção desses carros custa entre de 42.000 a 45.000 reais.

Blindagem de alto custo: Esse tipo normalmente é usado em carros mais sofisticados, que exigem maiores cuidados no serviço, e de grandes carros, como os utilitários esportivos SUVs. Nesta faixa, a blindagem supera os 48.000 reais e o céu é o limite. A blindagem de um Porsche Cayenne, que é um SUV mais sofisticado, por exemplo, custa cerca de 75.000 reais.

Já os níveis de proteção I, II e II-A já possuem custos mais baixos, que podem partir de 20.000 reais. São níveis de proteção menos usados e disponibilizados por poucas empresas. Eles são mais comuns entre carros mais populares, cujos motoristas estão dispostos a gastar menos dinheiro e também entre carros menores e de baixa potência, que não suportam o peso da proteção III-A.

Materiais utilizados: 

  • Aramida: as mantas de aramida (que é um material mais resistente que o aço) são aplicadas em toda a extensão do veículo.
  • Aço balístico: é colocado em pontos estratégicos do veículo, como colunas e lanternas. 
  • Vidros à prova de balas: as lâminas com polímeros formam uma camada protetora nos vidros do automóvel.
  • Cinta metálica: é inserida na parte interna das rodas, de modo a permitir que, ao ser atingido por tiros, o pneu consiga circular a 20 km/h.
  • Cinta de borracha: também inserida nos pneus, permite que o veículo ande por mais 50 quilômetros após ser atingido. 

E aí? Você acha que mesmo com o custo muito elevado, o processo de blindagem vale a pena? 

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Maria Clara Silveira

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