Ocorreu nesta segunda-feira (9) a última reunião da Comissão de Estudos para a Criação de um Plano de Cidade Inteligente (Smart City), presidida pelo Vereador Marlon Luz. Fechando a discussão, participaram representantes da prefeitura de Campinas e da Autodesk Brasil, além de Thiago Allis e João Freitas, pesquisadores da Escola de Ciências e Humanidades (EACH) da USP. Foram apresentados pelos convidados diferentes perspectivas a respeito das Cidades Inteligentes, da alta tecnologia ao aspecto social do projeto.
Abrindo a discussão, Newton Frateschi, líder da área de ciência, tecnologia e inovação da prefeitura de Campinas, destacou a necessidade de organização entre os diferentes órgãos da cidade para a efetivação de um plano para a construção de uma Smart City. Para tal, ele lembra que é imprescindível a articulação entre obras de infraestrutura e comunicação, controle de tráfego e mobilidade, garantia de acesso do cidadão às tecnologias e desburocratização dos serviços municipais.
Para ele, o cidadão deve ser visto como humano e ter a sensação de estar em uma cidade inteligente para auxiliar em seu desenvolvimento de forma inclusiva. Ao fim da fala dos representantes, o presidente da Comissão de Estudos, Vereador Marlon Luz reafirmou a relevância da cidade de Campinas no desenvolvimento do movimento de Smart Cities e lembrou:
“Acho importante ressaltar um ponto interessante da Prefeitura de Campinas em relação aos motoristas de aplicativo, que recentemente aprovou uma lei sobre o fim das plaquinhas de identificação na lateral dos carros, algo que eu achava até ‘ridículo’. Agora isso foi substituído por um QR Code em adesivo, algo realmente mais inteligente.”
Em seguida, Sylvio Mode, diretor da empresa de tecnologia Autodesk, ressaltou a relevância global da empresa no âmbito de pesquisa e utilização de tecnologias de digitalização de processos urbanos para o desenvolvimento de cidades inteligentes. Segundo ele, “é fundamental que a maneira como pensamos centros urbanos mude, ou a vida ficará bastante complicada (trânsito, educação, saúde). Se não tivermos formas inteligentes de pensar a infraestrutura da cidade, a qualidade de vida deve diminuir. O uso da tecnologia atende as tendências do futuro.”
Para finalizar a reunião, os pesquisadores Thiago Allis e João Freitas, da EACH-USP, propuseram outras formas de olhar para o desenvolvimento das cidades inteligentes, ressaltando a importância da inclusão de comunidades marginalizadas no processo de modernização das cidades e da contabilização da vida humana.
Propondo olhar para experiências periféricas e entendendo diferentes formas de conhecimento, os pesquisadores sugerem ouvir diferentes agentes civis, apontando que é imprescindível o cuidado para que projetos de cidade inteligente não aumentem o fosso da desigualdade social. A ideia, muito bem recebida pelos vereadores, ressalta a necessidade de dar nuances e alternativas ao assunto, o que cabe a uma cidade do tamanho de São Paulo.
Antes de encerrar a reunião, o vereador Marlon Luz lembrou que em dezembro do ano passado a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a Lei das Antenas, que prevê a instalação de equipamentos de comunicação para ampliar o sinal de internet para as regiões periféricas da capital. “O que realmente mostra e traz a preocupação do município em levar internet e tecnologia para a população menos atendida”.
O relatório final da Comissão de Estudos de Smart Cities deve ser votado dia 23/5, às 15h, na sala Tiradentes da Câmara Municipal de São Paulo.
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