Na hora da troca periódica do lubrificante, existem duas formas de retirar o líquido velho do motor. Uma delas, a mais tradicional, é pela tampa do cárter, no fundo do veículo. A outra é a troca de óleo a vácuo, ou por sucção, que retira o lubrificante pela parte de cima do propulsor.
Fazer uso do sistema a vácuo é mais rápido, como comenta Henrique Pereira, da comissão técnica de motores da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE) em entrevista ao AutoPapo. Dessa forma, não é preciso aguardar para que o óleo escorra, e a solução também dispensa a necessidade de se levantar o veículo em um elevador automotivo, explica Pereira.
Quando o acesso é feito pelo cárter, é preciso mexer na parte de baixo do carro, onde se encontra o componente, parte do sistema de lubrificação. O motor de um carro é desenhado para que o óleo escorra em direção ao cárter, e quando ele é aberto, o líquido escoa de forma natural, impulsionado pela gravidade.Isso garante a retirada de praticamente todo o lubrificante, ainda que o carro tenha excedido a quilometragem de troca ou que tenha havido formação de borra ou de partículas metálicas no cárter.
Roberta Teixeira, diretora de Lubrificantes da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), em entrevista a Revista Autoesporte, explica que a troca de óleo por a vácuo pode causar avarias no motor a longo prazo, caso o óleo antigo tenha formado borras.
Segundo a engenheira, o esgotamento por sucção é indicado quando o carro tiver alguma anomalia no bujão que impeça sua remoção com facilidade. E também em casos em que o tempo for um fator muito crítico. “A troca por gravidade ainda é a mais indicada. Mas há casos em que o tempo, as condições do bujão e outros detalhes tornam a substituição por sucção mais vantajosa para o cliente. Destaco que a troca por sucção deve ser muito criteriosa e feita por profissionais bem treinados”, reforça.
Vale destacar que caso a pressão realizada pela sucção seja muito forte, pode danificar os componentes internos do motor. É preciso ter atenção na regulagem da pressão e checar se todo o volume foi drenado. Se o profissional tiver conhecimento e a troca por sucção for bem-feita, ela pode ser melhor opção do que a tradicional.
“Em resumo, se você está em uma oficina desconhecida e não sabe qual é a qualificação dos profissionais, peça a troca por drenagem para garantir que não haja sobra de óleo contaminado no cárter. Agora, se o profissional é conhecido e capacitado, opte pela troca a vácuo. Isso traz vantagens ambientais e para a saúde e a garantia de que a drenagem será realizada por completo”, acrescentou Roberta.
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